Atlântida

Há muitos milénios atrás, ainda no tempo antigo, muito antes das pirâmides do Egipto, para além das colunas de Hércules, um grande povo existiu, um povo mais avançado que os Persas, mais inteligentes que o s egípcios, mais fortes que os gregos, uma potencia mundial capaz de ter tudo o que queria, este grande povo situava-se num continente em pleno mar Atlântico, esse continente era Atlântida. Em cerca de 355 A. C. , um grande Filosofo grego, de nome Platão, falou num dos seus diálogos com os seus personagens, Ttimeus e Critias, num continente de nome Atlântida. Um povo muito desenvolvido, com uma energia única e totalmente inovadora, super desenvolvidos e avançados para essa era, muitos escritos dizem até que já tinham tecnologias idênticas a algumas nossas. Platão descrevia-a como feita de anéis alternados de água e terra com um palácio no meio, ou até mesmo um templo dedicado a Poseidon, com campos verdes e templos espalhados por todo o arquipélago gigante, um verdadeiro paraíso no centro do mar. Quem falou da existência da Atlântida a Platão foram os Egípcios, que falaram deles como sendo um povo mais fabuloso do que qualquer um, uma lenda disseram eles, mas porque motivo os egípcios inventariam tal lenda, se nada tinha a ver com os seus Deuses ou mitologia? Há quem diga também que quem ajudou os egípcios a criar as enormes pirâmides foram os atlantes com a sua avançada perícia, inteligência e sabedoria filosófica. Atlântida foi mencionada como sendo varias terras por nos conhecidas, Falemos então de Creta, uma enorme ilha Grega no Mediterrâneo, muito avançada e histórica também, mas ao contrario do que dizia Platão, não tinha a sua forma anelar, mas, Santorini, uma ilha vizinha, tinha várias parecenças com esta descrição, tinha uma montanha no topo, tal como o filosofo descreveu, mas esta era um vulcão que em 1500 A.C. entrou em erupção, um cataclismo violento, que criou ondas em torno da ilha e arredores. No entanto nenhuma delas se assimila aos escritos antigos. Em Portugal diz-se que os Açores e a madeira são restos desse continente perdido, pedaços do arquipélago, há várias lendas sobre isto, como por exemplo a origem das lagoas das sete cidades. Quanto ao povo Atlante, todos dizem que eram um povo corrupto e pecador, mas, pela minha pesquisa, vim a descobrir que afinal o povo de Atlântida era um povo prospero, pacifico, civilizado, inteligente, muito ligados ao desenvolvimento físico mas também mental, sendo eles um povo sábio, mas, mais importante de tudo, humano, davam valor ás vontades e direitos das pessoas, acreditavam em vários Deuses e seres, a sua mitologia deriva para grega e romana, mas ninguém sabe ao certo, eram pessoas muito belas, mesmo mais belas que os Helenos, sendo então, tal como os gregos apreciadores de beleza física e psíquica, como disse já, eram um povo totalmente sábio, feito de mestres e Filósofos. Todo este povo sempre foi apresentado como misterioso, o que sempre aguçou a curiosidade do homem, mas ao longo dos tempos, o facto tornou-se historia, a história tornou-se lenda, a lenda tornou-se Mito, até se transformar apenas em memórias.

Lendas portuguesas da Atlântida

A lenda dos nove irmãos

A meio do oceano havia um país lindo com árvores a cobrir grandes montanhas. Algumas destas eram tão grandes que pareciam chegar ao céu. Ora nesse país havia um rei que tinha nove filhos muito amigos, e um dia chamou-os e pediu-lhes que lhe dissessem que sítios preferiam, pois ele queria dar uma propriedade a cada um. Todos escolheram montanhas, mas como se entendiam bem, não houve discussões e cada um foi para um dos nove cumes montanhosos do país, tendo marcado encontro para daí a um ano. Na véspera desse dia eles andavam tão excitados que mal conseguiram dormir. De noite ouviram um grande ruído, e viram com terror que o continente se tinha afundado, ficando à tona de água apenas os nove cumes. Agora a única maneira de comunicarem era de barco, de maneira que deitaram mãos ao trabalho. Pouco tempo depois estavam todos a abraçar-se, pois aprenderam a viajar pelo mar, já que agora viviam cada um numa ilha, as ilhas dos Açores.

A lenda da Atlântida

Conta-se que houve em tempos um continente imenso no meio do oceano Atlântico chamado Atlântida. Era um lugar magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave, grandes bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às vezes até davam duas ou mais colheitas por ano, e animais mansos, cheios de saúde e força. Os seus habitantes eram os Atlantes, que tinham uma enorme civilização, mesmo quase perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o estanho. Havia jardins, ginásios, estádios... todos eles ricamente decorados, e ainda portos de grandes dimensões e muito concorridos. As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e que só eles conheciam __ o oricalco. Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias ilhas em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas. Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e, por isso, desencadearam um terramoto tão violento que afundou o continente numa só noite. Mas parecia que esta terra era mesmo mágica, pois ela não se afundou por completo: os cumes das montanhas mais altas ficaram à tona da água formando nove ilhas, tão belas quanto a terra submersa __ o arquipélago dos Açores. Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e foram para todas as direcções, deixando descendentes pelos quatro cantos do mundo. São todos muito belos e inteligentes e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo inexplicável de voltar à sua pátria. Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois do cataclismo, os que sobreviveram esqueceram-se ou não o sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar.

O rei Branco Pardo e a Lagoa das Sete Cidades

Há muitos, muitos anos atrás, havia um reino tão grande e florescente que o seu soberano, Brancopardo, não sabia ao certo o número dos seus vassalos, dos castelos, cidades e aldeias. Era a Atlântida. Apesar desta riqueza, o rei e a rainha Branca Rosa, que tinham sido muito felizes em tempos passados, viviam então muito tristes por não terem filhos. Brancopardo tornava-se cada dia mais vingativo e tratava muito mal os seus vassalos. Uma noite em que o rei vagueava pelos jardins do palácio com a rainha teve uma visão que lhe falou assim: - Rei da Atlântida, venho trazer-te a alegria. Em breve serás pai de uma filha linda e virtuosa, mas para que tenha fim a tua maldade, é preciso que nem tu nem homem nenhum se aproxime da princesa. Viverá dentro dos muros de sete maravilhosas cidades que eu erguerei no mais lindo recanto do teu reino e só donzelas a servirão. Presta atenção! Se antes dos vinte anos ousares transpor as muralhas das sete cidades, serás morto e um cataclismo arrasará o teu reino. O rei, cheio de alegria, prometeu fazer tudo o que o anjo dissera e, passados nove meses, nasceu uma linda princesinha. Sem sequer a ter visto, o rei enviou-a para as Sete Cidades, cumprindo a exigência da visão. Os anos começaram a arrastar-se lentos e dolorosos para os pais separados da filha querida. A princesa Verde-Azul, rindo e cantando pelos jardins da cidade, rodeada de um cortejo de virgens, ia crescendo formosa e boa. Branco Pardo consumia-se de saudades, tornava-se cada vez mais colérico e a ansiedade de ver a filha chegou ao ponto de não lhe caber no peito. Mandou aprontar um exército com os seus mais valorosos guerreiros e pôs-se a caminho para as Sete Cidades. A viagem foi longa e, à medida que se aproximavam, o céu ia enegrecendo e ruídos estranhos iam saindo da terra. Mas o rei caminhava sempre, desvairado, até que surgiram, na escuridão trágica do dia, os muros das Sete Cidades. Branco Pardo, sombrio e perturbado, levantou a espada e com ela bateu pesadamente numa das portas. No momento em que o portão principal se abria, uma espécie de trovão roncou, um fogo intenso elevou-se da terra fendida e os muros abateram-se imediatamente sobre o rei, os seus vassalos e todas as virgens que viviam nas Sete Cidades. Um tremendo cataclismo vulcânico destruiu toda a Atlântica. Por fim veio o silêncio, o sol brilhou outra vez e no mar viam-se nove pequenas ilhas. As Sete Cidades, onde a princesa vivia, transformaram-se numa cratera coberta por duas calmas lagoas: uma é verde porque no fundo ficaram os sapatinhos verdes da princesa; a outra é azul e reflecte a cor do chapeuzinho que a princesa usava no seu passeio, quando foi morta pelo mau tino do pai, o rei da Atlântida. Furtado-Brum, Ângela, Açores, Lendas e Outras História,

Ribeiro & Caravana Editores, 2ª edição/Dezembro de 1999

A princesa e o pastor

Em época recuada, existia, no lugar onde hoje fica a freguesia das Sete Cidades, um reino próspero e aí vivia uma princesa muito jovem, bela e bondosa, que crescia cada dia em tamanho, gentileza e formosura. A princesa adorava a vida campestre e frequentemente passeava pelos campos, deliciando-se com o murmurar das ribeiras ou com a beleza verdejante dos montes e vales. Um dia, a princesa de lindos olhos azuis, durante o seu passeio, foi dar a um prado viçoso onde pastava um rebanho. À sombra da ramagem de uma árvore deparou com o pastor de olhos verdes. Falaram dos animais e de outras coisas simples, mas belas e ficaram logo apaixonados. Nos dias e semanas seguintes encontraram-se sempre no mesmo local, à sombra da velha árvore e o amor foi crescendo de tal forma que trocaram juras de amor eterno. Porém, a notícia dos encontros entre a princesa e o pastor chegou ao conhecimento do rei, que desejava ver a filha casada com um dos príncipes dos reinos vizinhos e logo a proibiu de voltar a ver o pastor. A princesa, sabendo que a palavra do rei não volta atrás, acatou a decisão, mas pediu que lhe permitisse mais um encontro com o pastor do vale. O rei acedeu ao pedido. Encontraram-se pela última vez sob a sombra da velha árvore e falaram longamente do seu amor e da sua separação. Enquanto falavam, choravam e tanto choraram que as lágrimas dos olhos azuis da princesa foram caindo no chão e formaram uma lagoa azul. As lágrimas caídas dos olhos do pastor eram tantas e tão sentidas que formaram uma mansa lagoa de águas verdes, tão verdes como os seus olhos. Separaram-se, mas as duas lagoas formadas por lágrimas, ficaram para sempre unidas e são chamadas de Lagoas das Sete Cidades. Uma é a Lagoa Azul, a outra é a Lagoa Verde e em dias de sol as suas cores são mais intensas e reflectem o olhar brilhante da princesa e do pastor enamorados.

Furtado-Brum, Ângela, Açores, Lendas e Outras História, Ribeiro & Caravana Editores, 2ª edição/Dezembro de 1999

A Bela Eufémia

Eufémia era uma das quinze filhas do rei Atlas e neta do Deus Júpiter. Como jovem muito boa e de beleza invulgar inspirou os mais afamados estatuários do seu tempo e enamorou os dez filhos do rei Neptuno. Eufémia, possuindo uma grande elevação de espírito, desprezou a condição terrena que lhe ofereciam e preferiu tornar-se uma estrela da constelação das “Myades”, suas irmãs. Mesmo assim continuou a apreciar o bem e a doutrina pregada por Jesus foi-lhe transmitida por um Querubim, que lhe pôs na alma o desejo de voltar à terra para espalhar a paz e a harmonia. O desejo de Eufémia acabou por realizar-se e veio habitar na ilha das Sete Cidades, onde foi tomada e amada como filha de um riquíssimo príncipe, mantendo-se jovem, bela e bondosa. A presença benfazeja de Eufémia fez-se sentir logo que chegou à terra. Nos banquetes os convivas eram deliciados com música de cítaras e flautas e comiam-se as mais divinas iguarias. A partir de então o sofrimento e a miséria desapareceram dessa ilha de encanto e passou a dominar a alegria e a paz. Num dia calmo de Outono, no dia de S. Cosme, famoso médico árabe e patrono dos médicos, Eufémia apareceu metamorfoseada numa planta. Dessa planta, que abunda nos matos da freguesia das Sete Cidades, se prepara um chá que é bálsamo para todas as dores e que tem o condão de defender as pessoas de todos os infortúnios. Já passaram quase dois mil anos desde que Eufémia se estabeleceu na terra, mas ainda continua espalhando o bem e é por isso que a paz impera nas Sete Cidades, em S. Miguel, e quem aí vai não pode deixar de se sentir inebriado pela tranquilidade do ambiente paradisíaco.

Furtado-Brum, Ângela, Açores, Lendas e Outras História, Ribeiro & Caravana Editores, 2ª edição/Dezembro de 1999

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