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A mostrar mensagens de agosto, 2010

Espelho meu

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Num espelho encontro-te, o meu outro eu Perco-me em mim destruindo o indestrutível Criando o recriado, Vendo e revendo o invisível Nesse espelho, encontro os braços desse meu eu Que se enrolam em mim sufocando o meu respirar Nele encontro dor e terror, o negro de mim Nele encontro a minha escuridão, sem lágrimas para iluminar Sinto-me bem, vendo que me perco na crueldade Sentido que me levas para um mundo de desespero e angústia Onde sinto que está o verdadeiro sentir a verdadeira liberdade Quem és afinal? Meu outro eu É o demoníaco, ou o divino? Neste cântico onde escondo a minha dor ao mundo Cravo a melancolia neste teu hino O mundo odeia-te, o mundo odeia-me Pois somos um e um só num mundo frio, gelado de vidro Rasga-se a pureza nas nossas mãos, desflorando as flores deste jardim abrindo os lábios ao vento e soltando um cortante e gélido grito Então caio, nesse mundo onde tu vives além dessa barreira de cristal Espelho meu, diz-me Quem além de mim possui mais mal?