Dias de Verão

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Os dias curtos,

Os surdo-mudos de uma peste qualquer

A Azia

De um Verão sedentário

Onde o calor ferve, e a febre crescia

Fechado em casa,

Seguindo as notas do silencio

Repetindo os elogios do sujeito invisível

Uma atmosfera de tédio vazio

Onde só e louco rio

Vejo imagens a desfazerem-se nos meus olhos

Bonecas de cera a derreter

Pedras de osso a quebrar-se

Fingimentos neste jogo de fantoches

Hades de fogo, segredo flamejante de Lucifer

Porque nos dias de calor de Verão

A água é escaça,

E nos nossos lábios escacei-a o frio da razão

Caindo em paixões e calores de luxuria

Onde só o corpo fala, onde se esquece o coração

Porque o homem relembra o que devia ser esquecido, mas esquece o que devia ser relembrado, para não fazer sofrer o coração

Pois o homem detesta sofrer, mas esquece de que nenhum se livra da loucura da solidão!

Escrevi este poema num momento de total tédio e depressão, onde não havia sequer um som, apenas o desta música que aguça a preguiça e o cansaço. Este tipo de música não é uma música para acalmar mas sim para parar, é sedentária e extremamente profunda, o tipo de música é Acid Jazz, a banda é portishead! Senti o cérebro a ficar totalmente atrofiado, e um cansaço horrível, mas não tinha sono, essa era a tortura, simplesmente estava parada a ouvir e a imaginar palavras na minha cabeça. para piorar, era numa daquelas tardes medonhas e quentíssimas, onde o suor ainda nos leva a menos acção, então no meio deste transe tedioso, eu escrevi esta coisa, nem sei se é poema, mas sinceramente, é uma experiência que não quero repetir! porque quando estamos neste momento, ouvimos vozes a mais na nossa mente, coisas do passado vem ao de cima, e o resto à nossa volta é inexistente. Por isso, digo e repito, nestes dias de sol, saiam de casa, porque não há tortura maior que o tédio!